Enquanto espero percorro o passado e já não consigo prever o futuro, ao
contrário do que acontecia quando fazia obra. Era um tempo fechado para
dentro com coisas de fora, focado em coisas importantes para mais do que
são hoje. Hoje o tempo é mais aberto, mais permissivo. Mas foi sempre
ele que mandou porque omnisciente. Muitas vezes pareceu-me um tempo
igual ao sonho atraiçoado de um pobre ocupado com desculpas
esfarrapadas. E mentimos quando dizemos que não temos tempo porque ele
está lá, embora imprevisível. O meu tempo já não é o mesmo. Hoje
divido-o à minha maneira. Já sou só eu.
O tempo não nos mostra o futuro, apenas o passado.
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