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A mostrar mensagens de janeiro, 2021

A matança do porco dos meus avós

Sempre que vou a uma charcutaria fico a olhar os presuntos sem saber qual deles trazer. A maior parte das vezes apenas trago a ideia que nenhum se iguala ao sabor daquele que ainda guardo nas memórias de infância e que vinha sempre comigo quando visitava os meus avós. Os meus avós paternos viviam perto do Louriçal num pequeno ajuntamento com menos de meia dúzia de casas e de acessos difíceis, dando jus ao nome de Casais de Além. Quando pequeno ia lá duas vezes por ano uma das quais para a matança do porco, sempre no rigoroso frio de Inverno para que as carnes não se estragassem na preparação . O meu pai aproveitava para lembrar da sua infância perdida, quando dali saiu para guardar ovelhas. Não havia água canalizada nem luz eléctrica. Os únicos aquecimentos que ali conheci foi um cobertor de papa e uma manta de retalhos que me recolhiam à noite no colchão de palha, aconchegado no Oceano Pacífico que saia de um pequeno rádio Philips preto que colocava debaixo da almofada e que apenas