Todos temos memórias de caminhos.
Durante os primeiros anos da escolaridade fiz o mesmo entre a minha casa e o Colégio Damião de Gois situado a meio da inclinada calçada que ligava a vila baixa à vila alta. Porque a minha memória fica sempre perdida no tempo não me lembro do primeiro dia mas o caminho, esse, ainda é o mesmo.
Saia do Bairro do Areal seguindo a rua escura por estreita que se destapava mais à frente no sítio do marco do correio, iluminando o rio logo ali. Caminhava no sentido de quem segue para o mar sempre pelo passeio empedrado. Vai pelo passeio de pedra ensinou-me minha mãe por uma questão de segurança não fosse o diabo tecê-las e caísse, um dia, pela ribanceira abaixo e me afogasse. Só quando ganhei confiança me atrevi a correr no da esquerda, perigoso quando chovia cheio de lama.
Depois da minha casa, a cerca de 80 metros estava a porta de onde saía a Teresa, minha companhia diária. Nasceu dois dias depois de mim. Era linda naqueles olhos azuis e cabelos claros em que me perdi sozinho na primeira paixão. A irmã também o era. A aristocracia tem estes desígnios aos olhos dos que não a alcançam mas naquele caminho era onde eu a tratava por tu.
E o passeio lá nos levava mostrando-nos o quartel dos bombeiros e mais à frente o café “A Escadinha” onde nos obrigava a dobrar a esquina para nos apresentar a escadaria de 152 degraus, a pique, que ligava à calçada onde, mais acima ainda, ficava o colégio. Mais tarde descobri que o café guardava o único jogo de matraquilhos da vila baixa e passei a aceitar os convites que me fazia para participar em despiques pelo melhor drible e domínio da bola de madeira. Já sem a Teresa que não se dava a essas fugas.
Durante os primeiros anos da escolaridade fiz o mesmo entre a minha casa e o Colégio Damião de Gois situado a meio da inclinada calçada que ligava a vila baixa à vila alta. Porque a minha memória fica sempre perdida no tempo não me lembro do primeiro dia mas o caminho, esse, ainda é o mesmo.
Saia do Bairro do Areal seguindo a rua escura por estreita que se destapava mais à frente no sítio do marco do correio, iluminando o rio logo ali. Caminhava no sentido de quem segue para o mar sempre pelo passeio empedrado. Vai pelo passeio de pedra ensinou-me minha mãe por uma questão de segurança não fosse o diabo tecê-las e caísse, um dia, pela ribanceira abaixo e me afogasse. Só quando ganhei confiança me atrevi a correr no da esquerda, perigoso quando chovia cheio de lama.
Depois da minha casa, a cerca de 80 metros estava a porta de onde saía a Teresa, minha companhia diária. Nasceu dois dias depois de mim. Era linda naqueles olhos azuis e cabelos claros em que me perdi sozinho na primeira paixão. A irmã também o era. A aristocracia tem estes desígnios aos olhos dos que não a alcançam mas naquele caminho era onde eu a tratava por tu.
E o passeio lá nos levava mostrando-nos o quartel dos bombeiros e mais à frente o café “A Escadinha” onde nos obrigava a dobrar a esquina para nos apresentar a escadaria de 152 degraus, a pique, que ligava à calçada onde, mais acima ainda, ficava o colégio. Mais tarde descobri que o café guardava o único jogo de matraquilhos da vila baixa e passei a aceitar os convites que me fazia para participar em despiques pelo melhor drible e domínio da bola de madeira. Já sem a Teresa que não se dava a essas fugas.
Na outra esquina, o cinema de Alenquer onde nunca consegui enganar o Sr Horácio que cumpria à risca a maioridade nos filmes para adultos. Naquela sala vi o filme “Não sou digno de ti” de Gianni Morandi e compreendi nesse momento a metafisica da minha paixão impossível pela Teresa.
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